Quero ser turista e não residente!

Viajar como turista é bom demais! Dificilmente olhamos ou reparamos em coisas  que a princípio não aparentam atratividade e tudo reluz com os indícios da novidade. O cheiro no hotel e supermercado, restaurantes com comidas que desconhecemos e onde até a mais esquisita iguaria parece bonita na foto. Os sorvetes ficam mais cremosos e o pobre morador de rua se torna mais simpático. Mudamos nossas atitudes e nos tornamos menos chatos. O congestionamento se torna suportável e até a longa espera para sermos atendidos pela garçonete fica transigente.

No fundo somos engraçados pois nos iludimos com qualquer novidade e parecemos até bobos. É óbvio que estou generalizando, mas é assim que funciona, não é? Já vi turistas mal humorados que reclamam de tudo e olham feio pra gente, não sorriem e se tornam pessoas indesejadas pela sociedade. Mas, como digo para os meus filhos e para mim mesmo, precisamos reparar apenas nas qualidades das pessoas pois, defeitos todos nós temos.

Estou voltando das férias pra São Paulo, na verdade estou escrevendo sentado na minha poltrona dentro do avião, olho pela janela, o sol já se foi e os tons alaranjados definem o horizonte. Começo a lembrar das coisas boas que Sampa oferece e que, para nós residentes são comuns e fazem parte da nossa rotina. Ah, a rotina, grande causadora de sentimentos opacos, sem vida, destruidora de casamentos, a ponta do iceberg que esconde o estresse!

Mas, voltando a capital paulista, Ibirapuera, Jardins, Morumbi, as lojas da Oscar Freire, o sanduíche de pernil do Estadão, o de mortadela do Mercadão, o pastel de feira, os pratos deliciosos da chef Ana Luiza Trajano e de tantos outros excelentes profissionais da gastronomia, os barzinhos da Vila Madalena, as cantinas italianas, os sashimis com lâminas finíssimas de limão do chef Sunji, o caju amigo do Pandoro, as ruas do centro velho, as casas do Jardim Europa, o cherinho da cebola e alho fritos na panela de barro da nossa Luiza, o parque Trianon na hora do almoço, a feirinha da Benedito e da Liberdade, a galeria do Rock seus punks e emos, a serra da Cantareira, a Estação da Luz, a farofa com cebola da Galeta Dourada, as dezenas de boas pizzarias, padarias, Higienópolis… E tantas outras coisas boas da mágica São Paulo, que hoje completa 455 anos! Parabéns Sampa! Muita saúde, paz, harmonia, fraternidade, tráfego fluente, empregos, alegria…Viva!!! Que eu possa sempre ter olhos de turista e não de residente! Boa semana!

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