Éticas descompassadas e uniformes descosturados

Lembro das aulas de filosofia na universidade, eram muito boas e realmente punham nossa mente para trabalhar a fundo. Nada parecido com os problemas matemáticos que apenas afiavam o poder de raciocínio. Já as questões filosóficas nos faziam retroceder aos primórdios da humanidade para avaliar paradigmas e outros paradoxos.

Discutíamos muito sobre a ética. O professor perguntava: o que ética representa para vocês? Alguns, inclusive eu, respondíamos que a ética faz parte da consciência que nos guia para tomar uma atitude em relação a algum assunto ou pessoa. Essa atitude é sempre baseada no aspecto positivo e todas as ações exemplificadas devem ser “boas”, ou seja, ética é algo atrelado “a ser bom”. Nosso querido mestre discordava: depende da ótica de cada um, o que para alguns é bom, para outros pode não ser, para o assassino, por exemplo, a ética em matar alguém é normal, enquanto que para você não é. Eu nunca concordei com esse argumento. Até posso entender o mecanismo do pensamento, mas não sou obrigado a aceitar essa condição

Sempre acreditei que ter ética é saber distinguir o bem do mal, saber o que é certo e errado, me desculpem, mas se alguém não tem noção dessa relação, deve mudar de atitude ou mudar de planeta. Outro dia, um dos amigos de nossa roda trouxe à tona o assunto das crianças índigo. São seres que estão nascendo aqui no nosso planetinha e que já chegam com uma base sólida de discernimento entre o bem ou mal. Possuem energia que nos deixam tontos e são os nascidos há cerca de dez anos para cá, tenho uma delas lá em casa com seis anos e conheço mais uma dúzia de casais que tem filhos com comportamento similar: conversam sobre tudo, entendem e subentendem coisas que na nossa época de carrinhos e bonecas nos fariam estar babando no babador. Ainda bem que elas estão aí, temos a certeza que tempos melhores virão. Antes da Copa de 2014, entraremos numa nova fase de vida, onde saberemos dar o valor correto à amizade, ao amor e dinheiro.

Enquanto isso, milhares de profissionais da hotelaria são obrigados a trabalhar em uniformes feios, gastos, mal alinhados e desatualizados. Há exceções e algumas redes têm aprimorado as vestimentas de seus colaboradores.

Outro dia, eu aguardava uma amiga num cinco estrelas situado na costa do sudeste brasileiro. Fiquei reparando no blazerzinho que um dos recepas estava vestindo. Terrível e sem classe. Tempos atrás, durante um sábado calorento num final de semana bem disfrutado em um resort interiorano, o chefe da recepção chega junto da minha mesa a beira da piscina, de calça social e sapatos pretos, camisa de manga curta e gravata! Dei risada e falei para ele tirá-la! Ah, não posso, a direção do hotel exige que as chefias estejam uniformizadas. Fiquei pensando se uma camiseta pólo, uma calça de sarja e um sapatênis não o deixariam mais ambientado ao estilo do meio de hospedagem. E nos hotéis de praia? Garçons que atendem as centenas de restaurantes à beiramar (saiu o hífen?) vestidos como pinguins, suando em bicas sobre as fritas servidas…. Como diz o Schapô: terrível, isto é terrível! Fui com votos de uma boa semana!

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1 Comentário

  1. Aléssia

    Peter,
    Esses seres pequeninos são desafiadores, mas maravilhosos. Não devemos jamais substimar seus conhecimentos, temos muito que aprender com eles, todos os dias. Bom aprendizado!!
    Abraços,
    Aléssia

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