Vou me embora para…?

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Estou pensando em ir embora do Brasil. Me disse, hoje (11), um amigo hoteleiro, expert em desenvolvimento.

Mas, por quê?

Estou muito desanimado com a situação do país, pela falta de segurança, de infraestrutura, pela ausência de planejamento.
Ver todo dia essa falta de inteligência dos governantes, que continuam a olhar para o nada, aprovando leis que não servem para ninguém, a não ser para eles mesmos.
Estou cansado de ficar horas parado no trânsito, e ver que não há nenhuma solução para isso a curto, médio ou longo prazo.
Estou triste porque não posso ir mais a minha chácara e passar o final de semana. O motivo? O aumento do tráfego nas estradas.
Antes, eu voltava no domingo às 20h, depois mudei, por causa do trânsito, para às 19h, 18h, 17h, 16h…. 14h, e vi que não valia mais a pena ir para lá passar poucas horas. Vou por à venda. O sonho em ter um cantinho para descansar acabou.

O desabafo continuou e virou uma comparação do Brasil com a Terra do Tio Sam, sim os Estados Unidos.

Apesar da crise, lá nos EUA, o custo de vida é mais baixo. Existem leis e elas são cumpridas. No trânsito, existe respeito ao pedestre, e este também respeita as faixas. Aqui, os pedestres atravessam onde querem, na hora que querem, mesmo que o semáforo esteja vermelho para eles. Lá as ruas não são remendos de asfalto. Você já andou por Moema, onde é cobrado um das mais altos IPTU’s do Brasil e não há nenhuma rua que tenha mais de 20 metros sem um remendo, uma depressão ou um buraco? 

Concluímos que nem o básico nos temos.

Não existe um lugar perfeito. Os EUA também têm seus problemas e imperfeições, porém lá o mínimo existe. Transporte, educação…
Nós não precisamos de muito não, porém aqui no Brasil, quase tudo é uma baderna, um descaso.

O grande problema do Brasil são os brasileiros. Um povo que não está aí com nada. O povo critica mas não faz nada, não reage. Enquanto o governo ficar querendo crescer sua economia com a venda de automóveis, não haverá luz no final do túnel. Mas, para eles quanto mais carros saírem da fábrica, melhor será. Vamos fazer uma conta simples? De acordo com o portal Ig, as vendas da montadora Fiat em agosto foram cerca de 66 mil automóveis.
Vamos imaginar que a média de preço seja de R$ 25 mil por veículo. Total vendido pela Fiat:  25 mil x 66 mil = R$ 1 bi e 650 milhões. Isso só da Fiat. Vamos aumentar a lista? Pegar as 10 montadoras que mais venderam? Total de carros vendidos: 296,6 mil. Vamos manter a média de R$ 25 mil por automóvel. Total de vendas: R$ 25 mil x 296,9 mil = R$ 7 bilhões e 422 milhões. Isso em um único mês.

Bom, agora vamos a pior parte: quanto de imposto o governo leva nessa? Segundo o site icarros exatos 38,7% vão para os cofres públicos, no caso de carros que não são chamados de populares, os 1.0 da vida. Estes recolhem 33,8%. Pois bem, vamos pelo menor índice: 33,8% de 7 bi e uns “quebrados” dá? R$ 2 bi e 509 milhões. Lembrando que isso num único mês. Vamos multiplicar por 12? R$ 30 bilhões por ano. Limpos, na faixa, sem fazer esforço. Mais do que qualquer sócio da Fiat, VW, GM e de outra montadora. Aliás, quem paga impostos, sabe muito bem quanto o governo morde todo mês.

Então, quanto mais carros forem vendidos, melhor para o governo, certo? E nós? Ficamos parados no trânsito, sem transporte público decente, com investimentos super lentos no Metrô. Sem aumento de avenidas, sem planejamento, sem Plano Diretor. E falando nisso, sabem qual é o Plano Diretor da Prefeitura de SP? Aumentar a arrecadação do IPTU. Ou seja, quanto mais prédios, melhor. Mais prédios, mais carros e assim vamos levando.

E falando em Prefeitura, São Paulo conseguiu eleger um prefeito que vai ganhar um troféu. O de pior prefeito da cidade. O Pitta (que Deus o tenha), deve estar feliz.

Vou me embora para os EUA, enquanto meus filhos são pequenos. Quem sabe, pelo menos seremos mais felizes, tendo o básico do básico?

Que dá uma vontade… Ah, dá!

1 Comentário

  1. Denis Augusto

    O estado de São Paulo não é um lugar perfeito, mas estaria muito mais próximo do primeiro mundo se não precisasse estar sujeito a um país que não quer se desenvolver.

    Não podemos continuar querendo levar o país à prosperidade se a maioria dos brasileiros quer diferente.

    Nosso caminho, como paulistas, é o de entender que devemos cuidar de nós mesmos, nos assumir como país soberano, e ai sim muita coisa vai andar por aqui.

    Muitos acham isso preconceito e tal, como se entregar todos os anos 200bi sem retorno nas mãos da quadrilha federal fosse um ato de caridade, e não de estupidez.

    Fugir do país para fazer, lá fora, o que fizemos aqui, não seria ainda pior?

    Abraços paulistas

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