A pior crise da história ainda está por vir

Crises econômicas fazem parte do nosso cotidiano desde que eu, meu pai e meu avô largamos os cueiros. Foram várias e todas coincidem com o crescimento populacional e o consequente aumento do consumo, principalmente dos setores automobilístico e farmacêutico no começo do século XX. Para se ter uma idéia do volume que estamos falando, o consumo diário de petróleo, apenas dos 21 maiores países do mundo em 2003, segundo o The Economist, era de 2,6 bilhões de litros, sendo que 1,4 bi era consumido apenas pelos Estados Unidos e o restante (1,2 bi) pelos outros países, incluindo o Brasil. O site norte-americano eia.doe.gov informa que o planeta produz cerca de 83 milhões de barris por dia (dados de setembro de 2008).

Já a indústria farmacêutica movimenta anualmente mais de US$ 400 bilhões em todo o mundo, US$ 10 bi só no Brasil. Será que esse índice pode ser questionado? Se dividirmos o montante pela população brasileira o resultado é de R$ 55 de gastos na farmácia, por ano/habitante no país, R$ 4,60 por mês, R$ 0,15 por dia. Sei lá.

Outro setor que merece uma menção é o bancário. No primeiro semestre de 2008, o lucro liquido do setor, no Brasil, foi de R$ 16,5 bilhões, representado por apenas 25 instituições. O site do Banco Mundial prediz que o crescimento dos países em desenvolvimento irá cair 5%, o que diz que o Brasil não apresentará nenhum avanço, ou seja 2009 será um ano para rever mercados e criar novas ações para aqueles que nunca foram trabalhados. Como diz o artigo do Gilberto Simioni desta semana, “lenços continuam a ser vendidos”.

Aí, hoje de manhã, navegando pelas Imagens da semana no Ciência e Saúde do Uol, me deparo com a foto de um orangotango. A legenda diz: “homem carrega orangotango inconsciente na ilha de Bornéu. Na região, ambientalistas têm lutado para convencer a população a não vender terras para companhias de extração de óleo de palma. As plantações são vitais para os animais. No fim do ano passado, mais de 15 mil hectares foram vendidos para essas empresas, ameaçando uma população de 2.500 orangotangos.”

Pois é, continuamos a desrespeitar nossa maior riqueza, a natureza. Ainda sacrificamos seres indefesos e plantas para extrair materiais para consumo. Me pergunto o que as indústrias farão quando as plantações de palma nessa ilha terminarem? Com certeza migrarão para outras áreas e farão o mesmo. O turismo na ilha acabará, pois anualmente milhares de pessoas desembarcam para ver os orangotangos. Se ao menos essas empresas se unissem aos proprietários das terras e criassem um sistema sustentável de extração aliado ao aprimoramento do turismo, a região poderia crescer e dar um retorno financeiro por muitos anos.

As pessoas querem ganhar tudo aqui e agora, querem por milhões de dinheiros em seus cofres e comprar, comprar, comprar! Por quanto tempo, ninguém sabe, pois a maior crise ainda virá, e não será econômica, ao contrário, será arrebatadora, será a ambiental! Do jeito que estamos indo, o pré-sal não valerá nada, pois a água desse planeta fará falta. Sem ela, a vida cessará e não importa quanto dinheiro eles tenham em suas contas. O buraco é mais embaixo e o ser humano não consegue olhar além do seu próprio umbigo. É hora de mudarmos isso, nos unirmos e agirmos. Faça a sua parte e começe ajudar a mudar e salvar o planeta e a nós mesmos. Fui! Boa semana!

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