Dar tiro no pé é fácil, difícil é fazer o curativo!

Isso que dá ser otimista. Quando vemos algo errado ou denegrido, ficamos chateados. Dizem que é melhor é ser pessimista pois se a coisa dá errado, a expectativa foi alcançada e se der certo, ela foi ultrapassada. Nesta semana dois hoteleiros de Estados diferentes me contataram – Eduardo Camps, proprietário do Panamby, em Guarulhos e Gilles Grinberg, gerente geral do Deville Rayon, em Curitiba -, para falar do mesmo assunto: hotéis que ainda continuam reduzindo tarifas pensando que podem melhorar a ocupação.

Há quase uma década quando o boom hoteleiro ocorreu, era possível ver faixas em frentes aos hotéis com o valor de suas diárias escancaradas para o mundo. Até parece que o hóspede estaria por ali, de carro procurando um hotel.
– Olha querido, achamos! Um hotel baratinho!
– Doutor, olha só aquele hotel, vamos ficar ali?
– Cristina, por favor faça uma reserva imediatamente no hotel X, estou em frente e parece que o preço é bom!
Ora, por favor! Pensávamos como um meio de hospedagem poderia permanecer aberto praticando aqueles preços.
– É dar um tiro no próprio pé, pois com tarifas baixas não se pode investir no produto, se algo quebrar não será possível consertar, como fazer para renovar o enxoval? Como capacitar os colaboradores ou criar um plano de carreira para eles? Como manter o nível dos serviços oferecidos e, principalmente, como melhorá-los?

Depois, quando muitos hotéis fecharam, colocaram a culpa nas grandes redes.
– É, agora a cidade está cheia de hotéis novos praticando tarifas competitivas, meu amigo fechou um hotel lá na região central, não conseguiu aguentar a pressão.

Outro no bairro dos Jardins, pertinho da avenida Paulista também bateu as botas, fechou as portas. Durante vários anos nunca reformou, renovou, melhorou ou se preocupou em aprimorar o nível de seu staff, nunca quis trocar as TVs, nem a louça do banheiro, muito menos as torneiras. O queijo oferecido no café da manhã era da mesma marca havia anos, o pãozinho comprado na padaria da esquina era o mesmo. O uniforme do garçom – seu Mário – idem, foi branco um dia e já estava meio cinza, o sapatinho velho número 39 era um Vulcabrás, tadinho do seu Mário, se aposentou e está vendo o programa da Ana, de pijama, todos os dias. Ainda não entende o que aconteceu, por que o hotel teve que fechar?

Do outro lado da avenida, o Sr. Silva investiu 80% dos lucros em reformas, transformou o hotel e manteve sua equipe sempre capacitada. Trocou as janelas, portas, depois o piso, renovou os banheiros, trocou os colchões, substituiu lustres, arandelas, aparelhos de ar e TVs, comprou rádios-CDs-relógio, mudou o cardápio, trouxe uma nutricionista para fazer uma consultoria, viajou todos os dias pela internet buscando novidades e formas que outros hoteleiros operavam, ouviu muito seus hóspedes que viajavam constantemente e também contavam o que mais gostavam dos outros hotéis que conheciam nas viagens de negócios. Hoje ele está lá na cesta competitiva dos hotéis de rede e é um exemplo. Várias operadoras já sobrevoaram sobre ele querendo fincar suas bandeiras.
 
– Prefiro trabalhar sem marca mas com minhas marcas estampadas em todo o hotel. Trabalhamos em equipe, quase como uma família e estamos sempre tentando melhorar o serviço. Ao invés de trocar o carro por um do ano ou comprar casa na praia, o que acho uma estupidez enorme, preferi investir no negócio. Logo, logo poderei realizar um sonho antigo. Dar a volta no mundo e conhecer os melhores hotéis de todos os continentes! Já estou pensando na segunda unidade…

Uma pequena parcela da população utiliza a inteligência plena na tomada de decisões ou no desenvolvimento de novos negócios. Quase tudo é movimentado por impulso, inércia e o pior, copiando outros e se baseando em colocações feitas por amigos que também não entendem nada de nada… A vida não precisa ser assim, basta saber fazer a coisa certa não se importando com o que os outros pensam, aliás o pensar deve ser sempre com o coração, pois assim as intuições baseadas nos cases de sucesso são os exemplos que estão aí para qualquer um, é só googlear!

Ótima semana para todos e vamos torcer para que a reunião dos hoteleiros em Salvador seja um sucesso! Fui….

Em tempo: o acidente com o Felipe ontem em razão de um desprendimento de uma peça do carro do Rubinho e o outro ocorrido no dia 19 que matou o piloto da F2, Henry Surtees, depois que a roda de um outro carro bateu em sua cabeça, são um alerta para que as estruturas dos capacetes sejam repensadas e por que não proteger os pilotos com uma bolha plástica sobre os cockpits?

2 comentários

  1. Excelente texto… Lendo, vi várias falas de meus professores. A renovação tem que existir sempre, assim como a busca por novidades, e o seu texto abre os olhos para coisas essênciais… Tenho o mesmo pensamento, especialmente ao que diz respeito em fazer as coisas sem se preocupar com o que os outros pensam…Às vezes agir por intuição (e razão ao mesmo tempo) é um modo de viver, e ter sucesso! Beijos. Sheila

  2. Mais uma grande verdade escrita neste blog!
    Parabéns!!!
    Os hoteleiros devem investir parte de seus ganhos e manter seus hoteis em plenas condições de concorrência.
    O que os outros vão pensar…realmente não importa, mas, tenham certeza que os outros pensaram deseperadamente quando perderem mercado.

    Abraços,

    Eduardo Melo.

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