Se liga na evolução, na mudança!

Hoje assisti ao TEDx Ver-o-Peso aqui em Belém, no Pará… Amazônia, Brasil! O evento é mundial e não tem fins lucrativos. Visa trazer aos espectadores cases e depoimentos de pessoas que têm alguma experiência na mudança de seus comportamentos, seja profissional ou pessoal e que tenha o cunho do aprimoramento humanitário, social e sustentável.

Quem me apresentou ao jeito de TEDx de ser foi a Karina Miotto, a primeira editora contratada do Hôtelier News, lá no começo de 2006. Como a jornalista e ativista, defensora e mantém plenamente em seu coração o rompante desejo da melhoria do planeta e a defesa da Amazônia, a hotelaria estava em segundo plano. O destino se fez da maneira que ela desejou. Ter a chance de mudar-se para Manaus e ficar perto da floresta. Trabalhou no Greenpeace, se empenhou, sofreu, aprendeu, vivenciou e se fortaleceu, voltou para São Paulo (por pouco tempo) e foi para Belém, tentar de novo. Guerreira. Hoje vê-la no palco, apresentando e agradecendo a toda a equipe que organizou voluntariamente o TEDx, me encheu de felicidade e orgulho. Karina tu és uma vencedora! Parabéns!

Mas, e o TEDx Ver-o-Peso? Muito bom. As palestras motivam, enriquecem, emocionam e nos fazem bem. São palestras curtas, de menos de 20 minutos. O pique é excelente, dinâmico.

O TEDx Ver-o-Peso começou com o exercício de respiração oferecido por Fabio Novo, foram dez minutos de energização e sintonia; depois vieram as palestras, ao vivo e outras, gravadas e que foram apresentadas anteriormente em outros eventos TED.

Os destaques foram:

Pedro Markum: “Precisamos parar de dizer que os políticos não tem jeito, que a situação não vai mudar, etc. Vai mudar sim, e nós temos como fazer isso! Utilizando a internet como o agente dessa mudança”, começou falando na sua palestra. Um dos atos, foi fazer um clone do Blog do Planalto, com direito a comentários. “Outra ação que fizemos, foi trazer o ministro Mercadante para a nossa sede e dizer o que  é necessário fazer”. Além disso, criou aplicativos para mostrar aos internautas onde procurar por questões de cidadania, seja a informação de uma lei que tramita na Câmara Federal ou um índice relativo às principais reclamações feitas no site da prefeitura de SP.

Mundano: o paulistano decidiu entrar de cabeça no mundo dos carroceiros, esses que recolhem lixo e circulam pelas ruas, puxando centenas de quilos de materiais recicláveis. “Precisamos socializar esses trabalhadores que recolhem 80% do lixo reciclável de SP”. Ele decidiu criar o projeto para pintar 100 carroças com frases de impacto que fizessem com que as pessoas os vissem com outros olhos. Foi para Buenos Aires, Santiago, viajou pelo Brasil e hoje já tem 139 carroças em seu portfólio, além de um centro de reciclagem na Bahia.

A artista visual paraense Roberta Carvalho mostrou seu trabalho que se resume na projeção de rostos em movimento nas copas de árvores situadas em grandes cidades. “O efeito nas pessoas é muito interessante, elas começam a dar valor às arvores, passando a enxergá-las de outra maneira”.

Valnete Macedo falou da importância em fazer de um simples almoço ou jantar, um momento especial desfrutado com calma e amorosidade. “Tem que ser um ritual, pois a alimentação precisa ser absorvida da maneira certa, sem pressa ou estresse”.

O boliviano Juan Fernando Reyes mostrou por meio de fotos e vídeo o trabalho que desenvolve com a comunidade infantil da cidade onde mora no Norte de seu país, o Bosque de los Niños. “A comunidade infantil tem voz ativa nas decisões da cidade e cuida de uma área de floresta, onde elas brincam, conhecem e respeitam a fauna, levando o conceito para dentro de suas casas e fazendo que o ciclo da evolução se instaure também em sua família”.

Leonardo Sakamoto, fundador da ONG Repórter Brasil, trouxe o tema do trabalho escravo no País. “A maior parte dos produtos que consumimos tem uma ligação direta na cadeia produtiva que contém a exploração indevida de trabalhadores. A culpa é de quem? Daquele que escraviza ou do consumidor?

O fotógrafo Adriano Gambarini contou a trajetória de sua vida, como aprendeu a fotografar, há mais de 20 anos, sem fazer nenhum curso. Ele atualmente escreve para a National Geographic. “Aprendi que a luz é quem faz a foto e que o respeito aos seres, sejam eles pessoas, animais, plantas ou minerais, fazem parte da fotografia. Eu sou apenas o intermediário entre eles e os que vêem as fotos. Minha integração no momento da foto é total, me entrego!”.

Beth Cheirosinha é erveira no mercado Ver-o-Peso e seu conhecimento foi passado por sua mãe, que recebeu os ensinamentos de sua genitora. “Meus dias e minha vida estão ligados ao Mercado e às ervas. Já tive convite para ir morar em grandes cidades como Rio e São Paulo, mas não deixo isso por nada, por dinheiro algum. Minhas raízes estão aqui e amo o que faço”.

Outros palestrantes também deram seu recado como o pesquisador Beto Veríssimo; o arqueólogo Eduardo Góes Novaes; o procurador geral da República Felicio Pontes Jr.,  e Guilherme Araújo, que não pode comparecer mas passou sua mensagem por vídeo. Ele criou o Doe Palavras, site que permite a qualquer pessoa enviar mensagens de 140 caracteres para pacientes com câncer internados em hospitais. “Em um mês conseguimos ter mais de 350 mil mensagens escritas e disponibilidades em dez aparelhos de TV em um único hospital”. Hoje os acessos passaram de um milhão e estão sendo vistos em todos os hospitais do Brasil.

Duas apresentações musicais marcaram o TEDx Ver-O-Peso: a cantora Daniella Alcarpe, que com sua bela voz presenteou os participantes com três canções brasileiras; no final, Bruna Cibely e o grupo musical O Boi Orube levantaram todos para dançar ao som do ritmo paraense Carimbó. Festa!

Finalizo escrevendo o seguinte: quero mais TED ou TEDx; continuaremos a apoiar e se possível patrocinar; queremos ajudar com a mudança! Enquanto isso, me deleito com os videos no site que pode ser acessado através da logo lá em cima. Aho!

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